Gêmeas siamesas com 2% de chance de sobreviver superam expectativa e se formam no jardim de infância
A história das gêmeas siamesas Abby e Erin Delaney representa um verdadeiro milagre da medicina e da resiliência humana, superando todas as expectativas. Nascidas nos Estados Unidos e unidas pelo crânio — uma condição extremamente rara chamada craniopagus —, as meninas enfrentavam um prognóstico sombrio: os médicos estimavam que tinham apenas 2% de chance de sobrevivência. Apesar da gravidade da situação, a família manteve a esperança e iniciou uma longa e difícil jornada em busca de um futuro para as filhas, desafiando as estatísticas negativas.
A principal etapa para possibilitar a vida das gêmeas foi uma complexa e arriscada cirurgia de separação. O procedimento, realizado quando as meninas tinham apenas 11 meses, foi pioneiro na instituição e durou cerca de 11 horas. A equipe médica enfrentou o desafio de separar as meninas que compartilhavam o crânio, a pele e um vaso sanguíneo crítico (o seio sagital superior), responsável por drenar o sangue do cérebro. O sucesso da operação, considerada delicadíssima, foi o primeiro grande triunfo que permitiu que Abby e Erin tivessem a chance de viver vidas separadas.
No entanto, a vida pós-cirurgia tem exigido dedicação constante. Apesar de estarem prosperando e crescendo, as gêmeas apresentam atrasos no desenvolvimento e problemas motores, o que as obriga a passar por um tratamento fisioterápico contínuo e a frequentar uma classe especial na escola, adaptada às suas necessidades. A mãe, Heather Delaney, compartilha que a família celebra cada avanço como uma vitória significativa. A conquista mais recente e emocionante foi o fato de Erin começar a andar, sendo Abby a próxima a trilhar esse caminho.
O grande marco que emocionou a família e simbolizou a vitória sobre o improvável foi a formatura das gêmeas no jardim de infância, aos seis anos de idade. Testemunhar as filhas concluindo a pré-escola foi um momento que a mãe descreveu como "estar sonhando", algo que ela temia que jamais veria acontecer. A cerimônia não apenas celebrou o primeiro ciclo de aprendizado de Abby e Erin, mas também marcou a superação de um prognóstico de vida que indicava uma probabilidade ínfima de que chegassem a essa idade e atingissem tal marco.
A trajetória de Abby e Erin Delaney transcende a história pessoal e se torna uma poderosa fonte de inspiração e um caso de estudo para a comunidade médica. Elas representam a prova viva dos avanços da ciência em cirurgias de separação de gêmeos siameses de alta complexidade. A resiliência e a alegria das meninas, que conquistam pequenas e grandes vitórias diariamente, servem como um lembrete comovente de que a esperança e a determinação podem, muitas vezes, reescrever as probabilidades e transformar o que parecia ser um destino certo.
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fonte: o globo

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