Abandonado pela mãe, esse era o sonho do jovem que se entregou à mort… Ver mais


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A morte trágica de Gerson de Melo Machado, de 19 anos e conhecido como "Vaqueirinho," após invadir o recinto de uma leoa no Parque Arruda Câmara, em João Pessoa (PB), trouxe à tona uma história de vida marcada por abandono e vulnerabilidade extrema. O ataque fatal, ocorrido em um domingo, está sob investigação policial, mas os relatos de quem conviveu com o jovem pintam um quadro complexo de negligência social e sofrimento profundo que se estendia desde a sua infância.

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​A trajetória de Gerson era amplamente conhecida pelas autoridades. A delegada Josenice de Andrade Francisco confirmou que o jovem acumulava 16 anotações policiais, principalmente por pequenos furtos e danos. Mais grave do que o histórico de contravenções, a polícia notava sinais claros de transtornos mentais, a ponto de ter solicitado a internação psiquiátrica de Gerson na semana anterior ao incidente. Este pedido, aparentemente, não chegou a ser apreciado pelas instâncias competentes, evidenciando uma falha grave na rede de proteção que deveria ter amparado o jovem antes do desfecho fatal.


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A conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou Gerson dos 10 aos 18 anos, descreveu a vida dele como um cenário de abandono profundo. Ele era filho de uma mulher com esquizofrenia e vivia em condições de extrema pobreza com avós que também eram psicologicamente frágeis. Mesmo depois de ter sido judicialmente afastado da família e colocado em abrigo, Gerson tentava constantemente reatar laços, fugindo do local para procurar a mãe e a avó, demonstrando um amor e um desejo de cuidado que nunca conseguiu realizar em um ambiente estável.
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Paralelamente, Gerson nutria uma obsessão perigosa: o "sonho impossível" de viajar à África para cuidar de leões, desejo que o acompanhava desde a infância. Essa fixação era vista como um sinal de sua instabilidade, chegando a colocar sua vida em risco. Em uma ocasião, ele tentou embarcar clandestinamente no trem de pouso de um avião no aeroporto local, um ato desesperado que demonstrava sua falta de noção de perigo e a urgência de sua condição. A conselheira ressaltou, ainda, que o provável transtorno mental fez com que Gerson fosse o único de seus irmãos a não conseguir ser adotado, já que "a sociedade quer adotar crianças perfeitas."

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No dia do ataque, Gerson escalou uma parede de mais de seis metros, ultrapassou grades de proteção e utilizou uma árvore como apoio para entrar no recinto da leoa. A Prefeitura de João Pessoa informou que a leoa, chamada Leona, não será sacrificada, pois o ataque foi considerado uma reação à invasão de seu espaço, e não um comportamento agressivo do animal. O desfecho trágico no zoológico encerrou uma vida que, segundo o relato emocionado da conselheira, foi marcada pela busca frustrada por amparo e pela negligência perante uma condição de saúde mental que deveria ter sido tratada.
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fonte: ndmais

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